No prazer de um momento, procuramos paralisar o tempo, e fazer de sua dinâmica algo estático.
Mas o tempo é como um moinho, que seguindo lançando coisas para trás, sempre segue adiante.
Eis a dificuldade de entender o tempo, pois, como diz Agostinho, como explicar o que não é?
O instante emerge nessa situação tragicômica de ter que estar lançado no tempo.
O implacável do tempo é que ele sempre está aí, em um não ser que se manifesta sendo, enquanto pura fluidez, puro devir.
Embora os filósofos desde os Pré-Socráticos já tratassem do tempo, acredito que filosoficamente esse é um tema que merece ser bem mais considerado.
O tragicômico do instante é que ele pode ser a fixidez da glória, ou o terror do que não foi feito.
Para um "momento vencedor", ele fica em nossa mente e marca nossa vida.
Mas o contrário, esse é avassalador...
Vejamos nos esportes, agora que estamos próximos das Olimpíadas.
Um instante tudo decide...
Somos reféns da prodigalidade do tempo e da crueldade do instante.
A vontade de não ter errado, de saber que poderia ser diferente, mas não foi....
O que foi feito não pode não ter sido feito!
Eis um princípio metafísico que assola nossa existência.