quinta-feira, 21 de julho de 2016

O que foi feito não pode não ter sido feito


No prazer de um momento, procuramos paralisar o tempo, e fazer de sua dinâmica algo estático.

Mas o tempo é como um moinho, que seguindo lançando coisas para trás, sempre segue adiante.

Eis a dificuldade de entender o tempo, pois, como diz Agostinho, como explicar o que não é?

O instante emerge nessa situação tragicômica de ter que estar lançado no tempo.

O implacável do tempo é que ele sempre está aí, em um não ser que se manifesta sendo, enquanto pura fluidez, puro devir.

Embora os filósofos desde os Pré-Socráticos já tratassem do tempo, acredito que filosoficamente esse é um tema que merece ser bem mais considerado.

O tragicômico do instante é que ele pode ser a fixidez da glória, ou o terror do que não foi feito.

Para um "momento vencedor", ele fica em nossa mente e marca nossa vida.

Mas o contrário, esse é avassalador...

Vejamos nos esportes, agora que estamos próximos das Olimpíadas.

Um instante tudo decide...

Somos reféns da prodigalidade do tempo e da crueldade do instante.

A vontade de não ter errado, de saber que poderia ser diferente, mas não foi....

O que foi feito não pode não ter sido feito!

 Eis um princípio metafísico que assola nossa existência.