sexta-feira, 17 de junho de 2016

O peão é o mundo




Philidor (1726-1795) era um enxadrista tão superior aos demais que geralmente, para a partida ser equilibrada, precisava dar alguma vantagem inicial ao adversário.
 
Talvez, essa superioridade era decorrente de sua compreensão avançada do jogo, da importância do peão para a estruturação do jogo em sua amplitude.
 
Diz que sua é a frase:  Les pions sont l'âme des échecs/ Os peões são a alma do xadrez
 
 
Philidor jogando xadrez às Cegas - Autor desconhecido
www.blindfoldchess.net/introduction/
 
 
Podemos pensar, com Philidor, que no mundo do tabuleiro, quem faz mundo não é o rei, é o peão!
 
O modo de considerar a importância do peão para o jogo de xadrez é o que distingue o xadrez antigo do moderno.
 
Compreender filosoficamente essa importância, interpretando o jogo de xadrez de forma ampla e não preconceituosa deu a Philidor as condições para ser considerado um dos mestres mais importantes para a história do jogo.
 
Enquanto preparamos análises de partidas e vídeos para discutirmos no blog, deixo aqui sugestivamente uma reflexão poética a partir da frase provocadora de Philidor.
 
 
O peão é o mundo

Feliz é o peão

Só anda para a frente

Valente

Não dá passo atrás

Enquanto Cavalos voam

Bispos, Torres e Rainhas lutam

E o Rei sempre em perigo

Destemido

Xeque-Mate não dá

Mas o peão altivo

Sempre avante

sujeito infante

criança ele é

Do tabuleiro e do mundo

De todo o absurdo

O peão é o que é

Simples assim

Peão
 
 
 
Autor: Edgard Vinícius Cacho Zanette
 
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