Philidor (1726-1795) era um enxadrista tão superior aos demais que geralmente, para a partida ser equilibrada, precisava dar alguma vantagem inicial ao adversário.
Talvez, essa superioridade era decorrente de sua compreensão avançada do jogo, da importância do peão para a estruturação do jogo em sua amplitude.
Diz que sua é a frase: Les pions sont l'âme des échecs/ Os peões são a alma do xadrez
Philidor jogando xadrez às Cegas - Autor desconhecido
www.blindfoldchess.net/introduction/
Podemos pensar, com Philidor, que no mundo do tabuleiro, quem faz mundo não é o rei, é o peão!
O modo de considerar a importância do peão para o jogo de xadrez é o que distingue o xadrez antigo do moderno.
Compreender filosoficamente essa importância, interpretando o jogo de xadrez de forma ampla e não preconceituosa deu a Philidor as condições para ser considerado um dos mestres mais importantes para a história do jogo.
Enquanto preparamos análises de partidas e vídeos para discutirmos no blog, deixo aqui sugestivamente uma reflexão poética a partir da frase provocadora de Philidor.
O peão é o mundo
Feliz é o peão
Só anda para a frente
Valente
Não dá passo atrás
Enquanto Cavalos voam
Bispos, Torres e Rainhas lutam
E o Rei sempre em perigo
Destemido
Xeque-Mate não dá
Mas o peão altivo
Sempre avante
sujeito infante
criança ele é
Do tabuleiro e do mundo
De todo o absurdo
O peão é o que é
Simples assim
Peão
Autor: Edgard Vinícius Cacho Zanette
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