Filosofia para não filósofos: uma introdução - Parte I
Ao defender a utilidade da Filosofia, combatendo a prepotência e os vícios dos políticos de sua época, o filósofo Sócrates (470-399 ac.) foi morto e obrigado a tomar cicuta (veneno).
A morte de Sócrates representa algo da morte do saber, diante do poder e capacidade dos corruptos em manipular a sociedade. É nítido que a relação entre o saber e o poder é antagônica. Nos dias atuais, por exemplo, o maior inimigo do saber é a ganância. O útil é sinônimo de dinheiro, e tudo o que não gera renda é menosprezado ou ridicularizado.
As "boas profissões" são aquelas que geram dinheiro e os "tops" da sociedade promovem a cultura da ostentação. Como contraponto, infelizmente, boa parte de nossa juventude aceita passivamente e defende essa cultura. Na atualidade da mídia brasileira, claramente políticos e personalidades preconceituosas são considerados heróis, e fazem sucesso ao promoverem uma legião de idiotas como seus fiéis seguidores.
A Filosofia, talvez, nos ajude a combater essa propensão atual de defender a idiotice como fundamento existencial. Não que defendamos uma postura austera e radical. Somos seres do nosso tempo, e em uma festa em que toca um funk ostentação, é difícil não cair na dança!
Somos seres sociais e é chato ficar reclamando de tudo o tempo todo e não viver. Se a cultura da ostentação é um problema, também não é o caso de nos afastarmos do mundo, sermos chatos e nada fazer. A alienação do mundo e do corpo social também é uma alienação. O mesmo podemos dizer em relação às redes sociais, as quais podem ser instrumento de entretenimento e de conhecimento, mas também podem ser instrumentos de ódio, de preconceito e de burrice intelectual. Em todos estes casos, a busca pelo bom senso, pela mediania entre entender o mundo e vivê-lo, é fundamental.
Se estudar não é chato, mas chato é ser burro! Que não sejamos prepotentes aos nossos próprios olhos, ou totais ignorantes do mundo e da vida!
Precisamos estabelecer um equilíbrio entre nossas escolhas mediado por outros critérios que a ganância. Sabemos que o prepotente defende que tudo o que não gera riqueza, status e poder deve ser ridicularizado.
O mundo da ridicularização do saber possui como marca a intolerância. Há os hipócritas, os quais nunca trabalharam na vida, nunca souberam o que é enfrentar uma enxada no sol ou ter a barriga corroendo de fome, e por desconhecerem a falta de dinheiro para pagar a merenda ou para comprar entradas em festas, sempre defendem seus interesses de classe dizendo que quem é pobre é vagabundo porque não quer ou porque não soube trabalhar com sucesso.
Com uma mídia viciada, aliada à uma ordem política corrupta, o país vive atualmente a escancarada enxurrada de manobras para livrarem-se todos da justiça. E nossa justiça no Brasil, refém de interesses escusos, mostra sua fragilidade e pouca confiabilidade.
A morte de Sócrates representa algo da morte do saber, diante do poder e capacidade dos corruptos em manipular a sociedade. É nítido que a relação entre o saber e o poder é antagônica. Nos dias atuais, por exemplo, o maior inimigo do saber é a ganância. O útil é sinônimo de dinheiro, e tudo o que não gera renda é menosprezado ou ridicularizado.
As "boas profissões" são aquelas que geram dinheiro e os "tops" da sociedade promovem a cultura da ostentação. Como contraponto, infelizmente, boa parte de nossa juventude aceita passivamente e defende essa cultura. Na atualidade da mídia brasileira, claramente políticos e personalidades preconceituosas são considerados heróis, e fazem sucesso ao promoverem uma legião de idiotas como seus fiéis seguidores.
A Filosofia, talvez, nos ajude a combater essa propensão atual de defender a idiotice como fundamento existencial. Não que defendamos uma postura austera e radical. Somos seres do nosso tempo, e em uma festa em que toca um funk ostentação, é difícil não cair na dança!
Somos seres sociais e é chato ficar reclamando de tudo o tempo todo e não viver. Se a cultura da ostentação é um problema, também não é o caso de nos afastarmos do mundo, sermos chatos e nada fazer. A alienação do mundo e do corpo social também é uma alienação. O mesmo podemos dizer em relação às redes sociais, as quais podem ser instrumento de entretenimento e de conhecimento, mas também podem ser instrumentos de ódio, de preconceito e de burrice intelectual. Em todos estes casos, a busca pelo bom senso, pela mediania entre entender o mundo e vivê-lo, é fundamental.
Se estudar não é chato, mas chato é ser burro! Que não sejamos prepotentes aos nossos próprios olhos, ou totais ignorantes do mundo e da vida!
Precisamos estabelecer um equilíbrio entre nossas escolhas mediado por outros critérios que a ganância. Sabemos que o prepotente defende que tudo o que não gera riqueza, status e poder deve ser ridicularizado.
O mundo da ridicularização do saber possui como marca a intolerância. Há os hipócritas, os quais nunca trabalharam na vida, nunca souberam o que é enfrentar uma enxada no sol ou ter a barriga corroendo de fome, e por desconhecerem a falta de dinheiro para pagar a merenda ou para comprar entradas em festas, sempre defendem seus interesses de classe dizendo que quem é pobre é vagabundo porque não quer ou porque não soube trabalhar com sucesso.
Com uma mídia viciada, aliada à uma ordem política corrupta, o país vive atualmente a escancarada enxurrada de manobras para livrarem-se todos da justiça. E nossa justiça no Brasil, refém de interesses escusos, mostra sua fragilidade e pouca confiabilidade.
É por isso que se a
Filosofia tem alguma utilidade, só a conhece quem estudou, por pouco que seja. Portanto, em uma sociedade da ostentação, não julgue a Filosofia como inútil sem
antes procurar saber o que é a Filosofia. Neste caso, toda
introdução à Filosofia é, pois, uma mentira, na medida em que introduzir o filosofar, sem filosofar, é impossível. Por outro lado, iniciar-se na
Filosofia é fundamental, e, como tal, precisamos de ajuda, pois, quando o mestre é bem sucedido, o resultado geralmente é fantástico com o aluno.
As
abordagens sobre a introdução à Filosofia podem ser diversas. Por exemplo,
temos a abordagem histórica, a qual pensa o filosofar como um processo, e a
partir da história das ideias e dos filósofos, segundo a historicidade à qual
eles estariam lançados, delimita correntes filosóficas e suas respectivas
perguntas, ideias e temas fundamentais. Outra abordagem importante é a
temática, dividindo em temas a própria amplitude da Filosofia, de forma que
teríamos a ética, a metafísica, a estética, a epistemologia, etc. Nesta
abordagem, o ponto nevrálgico da abordagem são os temas. Podemos assinalar uma
outra, que seria o Filosofar a partir de questões. Por exemplo, o que é a
verdade? A partir de questões como esta, o estudioso da Filosofia ou filósofo
aborda o tema e aprofunda seus questionamentos.
Enfim, existem outras
abordagens que poderiam ser citadas. De um modo ou de outro, queremos assinalar
a importância deste salto no escuro, desta escolha por abraçar algo
desconhecido, e só então, a partir deste encontro inusitado com o saber, pode surgir um encontro
fortuito (o Filósofo: o amor pela sabedoria!), ou um desencontro justificado (o não Filósofo que filosofou: o desamor
pela Filosofia – justificado pela própria experiência filosófica!)
Por isso, no mundo da "não Filosofia"
Filosofar é preciso!
Autor: Edgard Vinícius Cacho Zanette
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