Contra os temas clássicos da filosofia, sobretudo das metafísicas essencialistas, o existencialismo propôs que pensássemos sobre a condição humana no mundo, a partir de questões como: angústia, cuidado, trágico, desespero, etc.
Dizem os existencialistas que a filosofia, em geral, não abarca o mundo interior do indivíduo, bem como suas vivências imediatas.
Reivindicando a abertura a pensar temas polêmicos como a angústia, o suicídio, entre outros, o existencialismo defende que estejamos abertos a tudo. Nossa experiência sendo frágil e aparentemente relativa, a questão da criação de sentidos para nossa existência aparece como fundamental.
Em geral, o pensamento existencialista considera que não há uma essência absoluta, fundamente, a-histórica, que precederia a existência. É pelos percalços da liberdade que construímos os significados do mundo.
Uma ideia fundamental é que não basta permanecer no plano dos conceitos e do abstrato, sendo necessário, pois, que encontremos as coisas mesmas, isto é, as coisas existentes.
Na filosofia contemporânea, o existencialismo se destacou a partir de diversas filosofias, sem que houvesse, no entanto, a unidade de uma doutrina única. Então, é importante assinalar que o existencialismo é mais uma postura filosófica que uma doutrina. Por exemplo, Sartre desenvolveu um existencialismo ateu, enquanto que Gabriel Marcel desenvolveu um existencialismo cristão, etc.
Gabriel Marcel (1877-1973) representa no existencialismo o questionamento sobre o mistério da existência, enfatizando a importância da experiência subjetiva, da relação "eu-tu" como contribuindo para nosso engajamento com o dramático da existência.
Diante do mistério da existência, Deus é tratado como algo indemonstrável e presente a partir da própria experiência da finitude humana, a qual pode alcançar a Deus.
Jean Paul Sartre (1905-1980), considerado o maior expoente do existencialismo no pós segunda guerra, enfatizava que a liberdade é total. Absolutamente livres, os seres humanos fazem, e em fazendo, fazem a vida social e a si mesmos.
Condenados a sermos livres, encontramos a angústia. Para Sartre, autor da obra "O ser e o nada", a náusea, a angústia e a vergonha são emoções que manifestam a existência em sua autenticidade.
Para Sartre a existência precede a essência, de forma que, como tal, os seres humanos não podem abdicar de sua vocação à liberdade.
Sobre o tema, Sartre trata nossa tendência a nos enganarmos como uma "má-fé", isto é, o modo com o qual nós costumamos nos esquivar das responsabilidades.
É necessário que assumamos as responsabilidades pelo o que fazemos, assim como por nossos projetos.
É através de nossas escolhas que criamos os sentidos que orientam a vida social humana, neste sentido, a liberdade liberta mas também condena, pois, sem certo sentido, estamos condenados a ser livres.
Autor: Edgard Vinícius Cacho Zanette
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